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Hoje vou falar sobre vaginismo. É um assunto um pouco difícil, no qual muitas mulheres se identificam, porém, nunca procuram uma solução por achar que a sociedade ou o profissional contatado a julgarão.
Vaginismo
Impossibilidade de penetração vaginal, seja ela por um objeto, absorvente interno ou pênis, causado por espasmos musculares involuntários.
Acredita-se que cinco em cada cem mulheres sofrem algum grau de vaginismo. Ele é caracterizado quando a mulher nunca conseguiu ter uma penetração sem dor.
Acredita-se que existam mais casos de vaginismo na população não registrados (por falta de diagnóstico, ou, por falta de procura de tratamento).
- Vaginismo primário: quando a mulher nunca conseguiu ter uma relação sexual com penetração.
- Vaginismo secundário: a mulher conseguia ter sexo normal até que, por algum motivo, algum trauma acabou ocasionando o vaginismo.
Por que isso acontece?
O vaginismo está diretamente associado com somatização, ou seja, algum trauma psicologico de dor na região vaginal que tenha ocorrido ao longo da vida.
Como o nosso cérebro tem memória de dor, toda a vez que revivemos uma situação de dor, nossos músculos locais automaticamente se contraem, tentando evitar que o episódio doloroso ocorra novamente. Na região vaginal não ocorre diferente.
A mulher que sofre de vaginismo, já tem um ciclo de padrão de ativação muscular inverso, pois toda a vez que ela tentar penetração (que em algum momento da vida foi doloroso), seu cérebro lembrará da dor e fará a contração dos músculos do assoalho pélvico, impedindo a entrada do pênis no canal vaginal.
Tá, mas e quais seriam esses traumas psicológicos? Isso acontece só em quem foi estuprado?
- Abuso sexual: não interessa se foi verbal ou físico, abuso é abuso e ponto. Imagine você ter sofrido uma tentativa de estupro sem nem saber direito o que é sexo. Pois bem, seu cérebro tem uma memória muito boa, e toda a vez que você tentar ter relações sexuais, mesmo sem pensar no abuso que sofreu, inconscientemente saberá que vai doer, então todo os músculos serão contraídos ao mesmo tempo, impedindo que relembre qualquer episódio de dor local.
- Criação castradora: Mulher que teve uma criação rígida em relação ao sexo, porque toda a vez que ela tentar realizar penetração, achará que está fazendo alguma coisa errada ou escondida e acaba se bloqueando.
- Medo de engravidar: Inconscientemente a mulher gera uma condição de pânico, pois sabe que tendo penetração corre o risco de engravidar, fazendo com que automaticamente a mente lembre disso toda a vez que tentar fazer sexo.
- Primeira vez dolorosa: as vezes até o fato de a perda da virgindade ter sido dolorosa já pode causar vaginismo, pois toda a vez que a mulher tentar penetrar de novo, vai lembrar que sente dor e causar espasmos.
- Situações isoladas de dor: alguma cirurgia ou procedimento realizado na região pélvica, algum trauma obstétrico que lembre muita dor vaginal pode desenvolver vaginismo.
Qual as características da mulher com Vaginismo?
Geralmente são mulheres responsáveis, perfeccionistas e quietas, centradas e controladoras em todas as atividades que realizam.
São pessoas rígidas consigo mesmo e ansiosas. Estes aspectos colaboram para que o vaginismo ocorra, pois nem todas as mulheres que sofreram abuso ou sentem dor no canal vaginal desenvolvem o distúrbio.
O que a pessoa com Vaginismo sente?
AGONIA é a palavra correta para descrever o vaginismo, pois a mulher não é frígida. Ela sente prazer e tem orgasmos na masturbação clitoriana e gostaria de praticar sexo
Muitas vezes acaba desistindo de tentar ser “normal”, porque a sensação de não conseguir fazer uma coisa que todo mundo faz e não conseguir agradar a si mesmo e ao seu parceiro acaba sendo frustrante.
Aí vem a fama de mulher frígida, mulher ruim de cama, mulher que não gosta de sexo. Quem aqui gosta de sentir dor quando deveria sentir prazer? Ninguém, né?
Como são os relacionamentos da pessoa com Impossibilidade de penetração?
Outra questão que vem á tona são os relacionamentos. milhares deles acabam, e não é só porque o homem não tem paciência de esperar ou porque ocorre traição, muitas vezes é porque a mulher acha que não está conseguindo penetração porque este homem não excita ela.
A principal característica do parceiro da mulher com vaginismo é ser:
- paciente;
- compreensivo;
- companheiro;
- amigo.
Querendo ou não, ele está junto com você neste problema.
Agora, pense: se você está namorado a tempo com este cara, é porque ele realmente te ama e quer te ajudar a enfrentar esta agonia.
Isso não acontece só com casais heterossexuais, acontece com gays, também.
Se o casal de mulheres e decide não ter penetração e praticar sexo só com estímulos externos, está tudo certo.
Se quer penetração, o problema é o mesmo.
E qual a solução? A quem devo recorrer?
A noticia ruim é que não existem medicamentos, pois a situação está inteiramente ligada com o físico e a mente. A solução é associar tratamento multidisciplinar com atuação da fisioterapia e da psicologia.
Psicologia: Será responsável por tratar a causa do distúrbio, apagando aos poucos a memória de dor. Trabalhará as características psíquicas da paciente, atuando na ansiedade e perfeccionismo.
Fisioterapia pélvica: Todo o tratamento é feito com base no relaxamento da musculatura pélvica, pois toda a região pélvica da mulher que tem vaginismo etá com contraturas e tensão. São realizadas diversas técnicas manuais, com acessórios e aparelhos afim de:
- “soltar” o quadril/pernas/glúteos/virilha e parte interna do canal vaginal
- melhorar a mobilidade da pelve
- ensinar a paciente a relaxar a musculatura vaginal no momento da penetração
- diminuir a dor da região
- melhorar a força do períneo, pois a musculatura tensa nem sempre é forte
- orientar em relação a atitudes e posições que facilitam a penetração
Não sinta-se apreensiva e com medo. Posso garantir que a fisioterapia pélvica e a psicologia, em conjunto, conseguem solucionar o problema.
Gostaria de sentir-se mais segura? Você pode ler o depoimento de pacientes que estão passando pelo mesmo que você e melhoraram com o tratamento!
Caso tenha dúvidas em relação ao assunto, entre em contato para esclarecê-las através do e-mail jordanadossin@gmail.com. Todas as suas informações são sigilosas!
Agora lembre-se, o tratamento deve ser feito com Fisioterapeuta Especializado em Fisioterapia Pélvica.
Nem todos os profissionais tem formação, conhecimento e materiais adequados para atender este tipo de paciente.